A rotina dos vendedores passa obrigatoriamente por tentar fazer vendas altas. Afinal de contas, na maioria dos casos o salário em carteira é o mínimo e o que garante uma boa remuneração são as comissões por venda. Mas quando um vendedor faz uma venda e o cliente deixa de pagar pelo produto, entrando na lista de inadimplentes? O vendedor perde a sua comissão? A resposta é não. E quando a empresa não respeita esse direito a Justiça é o melhor caminho. Mas principalmente com a necessidade de ter um bom advogado.

Magazine Luíza descontou comissões. Mas foi punida na Justiça. Assim teve que indenizar funcionária (Foto: Divulgação)

Recentemente a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento ao recurso da Magazine Luiza S.A. contra a condenação ao pagamento, a uma vendedora, das diferenças relativas ao estorno de comissões em consequência de inadimplência ou desistência do comprador. Segundo o colegiado, o direito à comissão surge após encerrada a transação pelo vendedor, sendo indevido o desconto no pagamento por condições posteriores à venda. Assim a loja não poderia descontar a comissão da vendedora.

Vendedora tinha prejuízo de R$ 300 por mês

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A vendedora, que trabalhou numa das lojas da Magazine Luiza de 2007 a 2016, em Belo Horizonte (MG), relatou que, constantemente, sem nenhuma justificativa, sofria estornos de vendas por ela realizadas e concretizadas. Assim os fatos causaram prejuízo de cerca de R$ 300 por mês. Ela argumentou que, consolidada a transação, com o expresso aval da empresa ao registrar a venda em seu sistema, os ônus decorrentes de eventuais e futuros cancelamentos do negócio por fatos alheios ao trabalhador não devem ser repassados a ele. Assim começou a construir a sua vitória.

Risco do negócio é do empregador

Em sua defesa, a empresa sustentou que convencionou com a empregada o recebimento de comissões sobre o valor do lucro bruto, o que depende da existência de venda. Assim, com o cancelamento da venda, não haveria lucro e, consequentemente, comissão. Mas a Justiça não entendeu assim.

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O juízo de primeiro grau e o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG) deferiram o pagamento de diferenças das comissões relativas às vendas canceladas, diante da ausência de previsão legal de estorno de comissões por problemas na entrega do produto, devolução de mercadoria ou cancelamento da venda. Assim segundo o TRT, os riscos do negócio correm exclusivamente por conta do empregador, que não pode, após a concretização da transação, penalizar o empregado pelo inadimplemento ou desistência alheios.

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Comissão é definida após finalizada a transação

Vendedora conseguiu comissões na Justiça. Mas teve que lutar (Foto: Divulgação)

Para o relator do recurso de revista da Magazine Luiza, ministro Alberto Bresciani, o princípio do risco da atividade econômica foi corretamente aplicado ao caso. “O direito à comissão surge após ultimada a transação pelo empregado, sendo indevido o cancelamento ou o desconto no pagamento pela inadimplência do comprador”, concluiu. Além disso a decisão foi unânime. Assim ficou mais claro o direito da vendedora.

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Diante de situações como essa é importante o trabalhador conhecer seus direitos e procurar profissionais especializados em ações do Trabalho. O escritório Franklin e Corrêa – Advogados Associados – tem mais de 15 anos de experiência neste ramo atuando no Rio de Janeiro. Neste período de pandemia, para preservar a saúde de clientes e funcionários, também estamos atendendo por Whats app pelo número (21) 98259-3456. Também funcionamos nos telefones: (21) 2544-5542 e (21) 2524-5058. Além disso pode nos procurar pelo e-mail advogadosfec@gmail.com.

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